domingo, 20 de novembro de 2011
PROJETO ICOMI
Com a descoberta das jazidas de minério de manganês em Serra do Navio, pelo caboclo Mário Cruz em 1946, o Território do Amapá começou a entrar no gerenciamento econômico pela Empresa, além de ser um marco na história mineralógica do Amapá, é também o referencial da implantação mineralógica na Amazônia e, somente mais tarde na década de 60, foram descobertas as jazidas minerais da Serra dos Carajás.
Com a descoberta do manganês no Amapá, foram apresentadas para a concorrência de exploração desse minério duas empresas americanas, a United States, a Hanna Exploration Company e a empresa brasileira ICOMI.
Mas o governo brasileiro optou pela ICOMI, justificando que como eram jazidas, seria fundamental o desenvolvimento de uma empresa do próprio país. Após vencer a concorrência, o Governo Federal autorizou a concessão da exploração desse minério por um período de 50 anos, de 1953 a 2003.
Segundo Raiol (1992), a Empresa ICOMI do empresário Augusto Trajano de Azevedo Antunes, que após a “celebração do contrato de 6 de dezembro de 1947, alegou ao Governo Federal, que não tinha recursos financeiros para executar o projeto”. “E em 31 de março de 1950 a associação da Empresa americana Bethlhen Steel” (GLYCON DE PAIVA). Azevedo Antunes transformou sua empresa em Sociedade Anônima/AS, ao vender 49% de suas ações para a Bethlehen Steel, uma das mais ricas empresas do ramo de aço dos Estados Unidos.
Naquele momento a indústria siderúrgica americana estava dependente do minério de manganês explorado nos países africanos, que estava se esgotando. A extração do minério de manganês da Serra do Navio, além de resolver o problema da dependência do minério extraído da África, aumentaria o estoque americano num momento em que a indústria bélica necessitava de grande quantidade de aço, devido ao período da Guerra Fria. Diferente da Rússia, que possuía um estoque de manganês que garantia a produção de aço necessário ao desenvolvimento industrial.
Segundo Glycon de Paiva, geólogo do Departamento Nacional de Pesquisas Mineralógicas (DNPM) e membro do Conselho Nacional de Minas e Metalurgia (CNMM) afirma que:
“As jazidas recém-descobertas colocavam o Brasil a cavaleiro no mercado internacional do manganês, podendo estabelecer a venda para a mesma Siderurgia Nacional, estratégias que dela ficaria dependente, que isto era uma vantagem de natureza geopolítica. O que convertia o manganês em verdadeira arma de convertia o manganês em verdadeira arma de soberania nas mãos do Brasil”.
Na realidade o que aconteceu foi diferente, o mercado consumidor de manganês praticamente se reduziu ao mercado americano.
Com a autorização ao governo do Território, a revisão do contrato com a Empresa ICOMI em 31 de março de 1950, pelo Presidente da República Gaspar Dutra, através do Decreto nº 28.162 determinava que houvesse as seguintes cláusulas:
1. Investimento na construção de uma ferrovia Santana/Serra do Navio, com a extensão de 193 km, para transportar operários e escoar minério, devido à inviabilidade de transporte via marítima direto das minas.
2. Exclusividade absoluta dos associados sobre qualquer jazida, que porventura fossem descobertas.
3. Arrendamento de exploração pelos concessionados durante 50 anos (1953 a 2003).
4. O abastecimento da indústria nacional, só poderia se atendido desde que os pedidos de minério fossem avisados com a devida antecedência e respeitados os compromissos contratuais com terceiros. (CUNHA, 1962, p 39)
Em 14 de novembro de 1950, o Congresso Nacional autorizou ao poder Executivo a dar garantia ao tesouro Nacional de um empréstimo externo no valor de 67.500.000 dólares, a ser contraído pela empresa ICOMI (ALUÍSIO, 1988).
E empresa ICOMI ao contrário de muitos empreendimentos, como a Jarí Florestal do empresário norte-americano Daniel Keith Ludwig, que produzia papel e celulose, que não conseguiu grandes lucros, mas foi comprada por Augusto Antunes em 1982.
A Empresa ICOMI teve grande prosperidade e somente começou a decair com o fim da Guerra Fria e o início da exploração de manganês da Serra de Carajás, no Pará.
Segundo (RAIOL, 1992), a Empresa Bethlehen Steel, parceria estrangeira da Empresa ICOMI, retirou-se da associação de 1984, contudo desde 1957 o grupo lavrou cerca de 29 milhões de toneladas de manganês e exportou mais de 25 milhões.
Em dezembro de 1997, a Empresa ICOMI também resolveu encerrar suas atividades, deixando um saldo negativo para o Amapá, pois, além do desemprego, a decadência econômica do município de Serra do Navio, o grande impacto ambiental causado pela empresa entre eles, a contaminação da área portuária de Santana e da Comunidade de Elesbão, com um elemento químico chamado “Arsênio”
Nesse contrato firmado com a Empresa ICOMI, associado com a empresa Bethehen Steel evidenciou-se profundamente perverso para com as necessidades do país e do Amapá, pois além de uma verdadeira afronta à soberania nacional, na medida em que uma empresa estrangeira interessada apenas na acumulação da riqueza. Este contrato se constituiu em uma postura antinacionalista e entreguista, até parece ter sido elaborado pelas próprias empresas, uma vez que lesou sempre os interesses do Brasil.
A cláusula que se refere ao abastecimento da indústria nacional dá com exatidão a marginalização em que o próprio país foi colocado.
As empresas foram embora porque exatamente não havia mais lucro. O buraco que ficou na terra, só quem sente de perto é a sociedade amapaense. Um fosso social da dimensão da miséria que grassa rapidamente, como um fenômeno novo sintetizado pela favelização recente que se processa no Amapá, colocando em xeque o sonho do “El-Dourado” Território Federal do Amapá.
Texto tirado do livro:
MORAIS, Paulo Dias. História do Amapá – O passado é o espelho do presente. Paulo Dias Morais – Macapá; JM Editora Gráfica, 2009. p - 81-85.
sábado, 19 de novembro de 2011
Resultados mini-gincana sobre as civilizações pré-colombianas
De acordo com o planejamento, foi realizada na Escola Pestana uma mini-gincana com as turmas 521 e 522 nos dias 09, 15 e 16 de novembro nos horários referentes a cada turma sendo um horário por dia, sobre as civilizações pré-colombianas em especial a dos maias, astecas e incas. Agora estamos passando para uma nova etapa, o resultado dessa mini-gincana em sala de aula.
Devo dizer (e depois vocês poderão perceber através das fotos) que foram momentos maravilhosos de grande animação e proveito. Sinceramente deu vontade de fazer mais vezes. Os alunos estavam bem animados, se bem que no início eles ficavam envergonhados de participarem, mas conforme a atividade foi passando, passou também o nervosismo e o que ficou foi o espírito de competição. O objetivo principal foi atingido que era a importância de se ter um contato maior com a história latino-americana antes da chegada dos europeus, muitas vezes esquecida, as suas diversidades culturais e a colaboração para nossa própria cultura.
Meus agradecimentos aos alunos pela boa vontade, participação e animação, à minha tutora do curso Tecnologias na educação: Ensinando e Aprendendo com as TICs, Rosana Pacheco que também é a responsável pelo LIED da Escola, pelo incentivo.
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
OS INCAS
O território inca estendia-se ao longo da cordilheira dos Andes e incluía terras hoje pertencentes à Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Argentina e Chile.
No Império Inca, constituído por algumas cidades e muitas aldeias, concentravam-se cerca de 15 milhões de pessoas que falavam a mesma língua, seguiam a mesma religião e viviam sob um governo centralizado.
O Império Inca era conduzido por um imperador considerado um semideus pelos súditos. O imperador era tido como “filho do Sol”, da mesma forma que os egípcios chamavam seus governantes de faraó. Assim como a da maioria dos povos americanos, a religião dos quíchuas ou incas estava relacionada à natureza, e entre suas divindades principais estava o Sol, para quem construíram templos em quase todas as cidades do império.
O grande impulso expansionista deu-se a partir de 1438, sob o comando do imperador Pachacuti Inca Yupanqui, transformando Cuzco (que na língua quíchua significa “umbigo”) em grande centro administrativo. A expansão territorial inca continuou até a invasão dos espanhóis, em 1531. As conquistas incas eram feitas pela imposição, com soldados e violência, e também pelo convencimento, ensinando aos chefes dos povos conquistados a história inca, seus valores, línguas, costumes e conhecimentos administrativos.
Em Cuzco estavam os suntuosos templos que abrigavam estátuas, santuários, paredes e muros de ouro, como os de Qori Kancha, onde se cultuavam o Sol, a Lua e as estrelas. Outras cidades com planejamento e arquitetura sofisticados confirmavam a grandiosidade dessa civilização: Machu Picchu, Tumipampa e Cajamarca englobavam uma população total superior a 6 milhões de habitantes.
O Império Inca era dividido em grandes territórios, sob o comando de chefes (os apos) que assessoravam o Inca (imperador). Cada território, por sua vez, subdividia-se em províncias (chamadas de wamani) sob o comando de um governador (tukuiricuk), que residia numa capital local e era responsável pelos funcionários (curacas) que cuidavam de cada aldeia.
Na base da sociedade, estava a aldeia (chamada de ayllu), com suas famílias, comandada por um (curaca), encarregado de distribuir as terras, consideradas propriedades do imperador. O curaca também organizava as atividades da comunidade e recebia os tributos devidos ao imperador que eram pagos em gêneros e em trabalho. Na aldeia, o curaca centralizava poder e riqueza, impondo aos aldeões a obrigação de trabalhos, chamada mita.
A sociedade inca obedecia a uma estrutura hierárquica rígida. Na posição mais elevada, estava o imperador, o inca, seguido por seus parentes, que formavam a aristocracia. Havia ainda muitos funcionários, que eram necessários para ajudar a manter um controle rígido em todo o império. Também fazia parte dessa elite os sacerdotes. Esses grupos representavam a minoria da população, mas concentravam o máximo de poder e riqueza. Os camponeses eram a maioria e deviam total obediência ao Estado. Os homens adultos podiam ser convocados para o exército ou para trabalhar em obras públicas, como construção de estradas, canais e templos. Algumas vezes, famílias inteiras eram convocadas para o trabalho em minas de ouro, prata, estanho e cobre. Velhos e inválidos recebiam assistência do inca.
A base de economia inca era agrária: cultivavam-se mais de 40 espécies de vegetal (destacando-se o milho e a batata) e criava-se a lhama para obter couro, carne e lã.
A religião politeísta, sob o comando de muitos sacerdotes e de algumas mulheres escolhidas, tinha no culto do Inti (Sol), considerado a raiz original da família imperial, o seu ponto central. Outras divindades eram a Lua, o trovão, a terra, o mar, as estrelas e Viracocha, o criador do universo. Segundo a crença, Viracocha era capaz de fazer brotar água das rochas. A água foi outro elemento importante para essa civilização, que soube desenvolver técnicas de irrigação fundamentais para sua sobrevivência.
Quando da chegada dos espanhóis ao Peru, o grande Império Inca vivia uma guerra civil entre dois aspirantes do ao trono, Huáscar e Atahualpa, o que fragilizou o poder e a unidade inca, facilitando a conquista européia.
A dominação espanhola sobre a América alterou violentamente o destino da civilização inca, assim como o dos demais povos pré-colombianos. Os europeus saquearam suas riquezas, dizimaram seus habitantes e destruíram suas culturas.
Algumas sugestões de sites para pesquisa:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Incas